terça-feira, 9 de novembro de 2010

Uma discussão a respeito da Eugenia

O termo eugenia surge primeiramente com Francis Galton (1883), ele se baseava na ideia da seleção das “melhores” espécies para procriação buscando consequentemente a homogeneidade da raça humana. Aparecia a partir do século XIX o impasse entre a hereditariedade e o ambiente. A construção dessa teoria toma força no início do século XX ocasionando diversos estudos sobre as influencias genéticas nas características comportamentais humanas. Algum dos principais estudos feitos para validar a teoria da hereditariedade foi feito por Wingfield e Sandiford (“TwinsandOrphans”) em 1929, onde um grupo composto de 45 pares de gêmeos idênticos, 57 de não idênticos e 29 órfãos que tinham passado pelo menos 25% da vida no mesmo orfanato, eram submetidos ao teste de inteligência. O resultado foi surpreendente, através dos testes foi possível perceber a correlação de desempenho entre as pessoas da mesma família, e em uma escala de semelhança os gêmeos idênticos estariam no topo da classificação, logo em seguida os gêmeos não idênticos, e abaixo os irmãos. As considerações finais desse estudo confirmaram a grande influencia da hereditariedade sobre as características comportamentais humanas, trazendo com força para o século XX a eugenia. Situando no momento histórico da época, já se passava da primeira guerra mundial e os Estados Unidos se encontrava no período da grande depressão, a quebra da bolsa de valores. Ocorreu, então, o efeito do dominó, a quebra da bolsa não só acabou com a economia dos Estados Unidos, mas também a da Europa que acabara de passar por uma guerra e sem encontrava sem estabilidade econômica para segurar o “crash”. Sensíveis diante da situação o nazismo, assim como o fascismo foram tomando força dentro do continente Europeu, e junto com ele a ideia eugênica: controle social para melhorar as qualidades raciais das futuras gerações sejam elas físicas, e mentalmente. Assim surgia a segunda grande guerra. Voltando para os Estados Unidos, o conflito entre a hereditariedade e o ambiente continuava, mas devido às atrocidades ocorridas na Alemanha de Hitler, a eugenia foi perdendo sua força, e o surgimento da luta pelos direito civis acabou de vez com esta teoria. Os estudos antes feitos com os gêmeos foram deixando de ter grande peso, pois teóricos como Piéron indicavam que as observações e as pesquisas feitas durante o estudo não eram tida em grandes desigualdades de meio, ou seja, diante desse fator os resultados subestimaram a influencia do meio. Conclui-se então que é inegável a influencia genética diante as características gerais dos seres humanos, no entanto essa influencia não é determinante ela é dependente do ambiente. Não é possível analisar esse dois fatores isoladamente, pois eles vivem em constante interação e são os responsáveis pela construção do ser, os dois, em ambas as intensidades. Foi com esse discurso que os movimentos sociais (GLS, Hippie, feminista, negro, blackpower) foram tomando força, não só no Estados Unidos, mas em todo o mundo.

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-20702007000100015&script=sci_abstract&tlng=pt
Psicologias, uma introdução ao estudo da psicologia, Ana Bock, Odair furtado ,Maria de Lourdes Trassi Teixeira, são paulo 13. ed saraiva, 2002

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